Reviver:sugestões para a mente

Um enfoque distinto para sua digestão e trabalho mental. Porque a vida pode ser mais rica dependendo de nosso foco.

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Médico de almas.

domingo, setembro 25, 2005

Conivência culposa?

" O maior pecado para com os nossos semelhantes, não é odiá-los mas sim tratá-los com indiferença; é a essência da desumanidade"
Bernard Shaw, em "O discípulo do diabo"

É curioso pensar em como arquitetamos o critério da indiferença segundo a aparentemente "normalização dos fatos"...

A superação do EU em detrimento aos outros,onde o Eu é a civilização e o outro é a barbárie e portanto não de todo confiável e até mesmo nocivo ou prejudicial a função como indivíduo que também coabita um mesmo espaço e está ali a conviver(e muitos leriam competir) por oportunidades é critério de muito preconceito ou exclusão social, de um medo a que ninguém pode descartar de si....um medo vaidoso.

Vendo o filme Amen,do diretor desconhecido por muitos,Costa-Gavras, numa reflexão intensa e geral do filme, vejo muito mais que uma crítica velada à Igreja Católica em acatar as idéias nazistas de extermínio em massa da população judaica,dentre outras, por claro receio de que os nazistas poderiam atacar as organizações ou mesmo os católicos provocando danos ou agravando a "situação humana". Vejo muitas respostas insolúveis apenas na razão cultural,porém muito presentes na forma como o ser humano age e pensa. O próprio nome do filme conduz nós a pensarmos assim:Amen, expressão latina que significa:"Que assim seja", mostrando que às vezes tendemos a aceitar certas coisas ao qual estão erradas e devem ser imediatamente mudadas,mas que devido ao custo do sacrifício(e esta é a palavra chave), a grande maioria age por ignorar o fato, a viver na ingenuidade ao qual certamente não se têm,mas se faz...

Agora, pensemo-nos:

Se considerarmos como sendo algo incorporado da cultura, ou seja, de m fator exclusivamente de delipidação do ser humano como sendo motivação do meio externo no indivíduo, poderíamos mudar certo? O meio influencia o indivíduo,mas também o indivíduo influencia o meio. ...problema do ser humano,então? Não. Naturalizar a vida ou o ser humano como alguém mal, traiçoeiro e triste é por demais fácil liquidar com a questão,uma vez que ela é bem complexa. Partindo da premissa de que o homem tem cérebro e,portanto,tem poder de comunicação e persuação através da sua razão, eu diria que o fato da individualidade é algo muito natural para alguém que "pensa"...mas acho que esta forma de pensamento é por demais delimitado,visto a curto espaço.

Creio que seria prudente pensarmos que a vida é triste ou algo parecido, mas pensarmos que a vida é a nossa definição,ou seja, tudo aquilo que aprendemos,que assimilamos deste universo tão amplo de possibilidades e que dependemos de um outro indivíduo em sociedade para a nossa vivência (o ser humano no vácuo não se sustentaria claramente). Ortega y Gasset (1883-1955) , já contava sobre a história humana ser inexata justamente por ser humana, necessitando logo de sua construtividade,dos fatos, que são aquilo que agem em consonância com o homem. E surgindo da lógica de que todos(nossa sociedade) agimos sobre esta razão, porque não acatar estratégias mais longas? Muitos desprezam porque os outros são distantes da nossa realidade(e aqui está uma outra frase "chave de ouro"),mas nunca poderemos saber até quando podemos privarnos de tais coisas...um dia poderíamos estar naquela situação e de vitimadores podemos ser suas vítimas mais mordazes. Como dizia:o mundo é a nossa visão e não o que é....

Pois bem, acredito que se puséssemos aquela palavrinha lá do início em nossas cabecinhas,a do sacrifício necessário em certas ocasiões(não precisamos nos embebedar em auto-satisfação nossa,mas é papel crucial da existência termos um pingo de vaidade - um pingo apenas,segurai o copo porque a bebida é doce e sedutora).

É preciso crer que somos todos seres humanos e de a vida não é unilateral,mas é fundamentalmente um círculo de várias curvas onde a sua volta completa é o seu fecho e ele se dá com a morte do indivíduo,do ser que outrora pensara ser eterno e que agora se desfez e virou alimento a novas formas de vidas, a dos decompositores.

Para finalizarmos esta difícil digestão,quase em forma de pedra, uma citação modificada* de Jean de La Bruyére :

"O homem que vive na indiferença, é aquele que ainda não viu o outro a que deve amar. Não encontrou nem a si nem ao outro,ficando a olhar para o espelho,parado e em silêncio,esperando o dia em que desfalecerá por completo a matéria."
* No original: "O homem que vive na indiferença,é aquele que ainda não viu a mulher a que deve amar."

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

eh issu ae eskecam a igreja catolica, venham pra universal, vc tem problemas espirituais financeiros etc?... intaum venha para a universal e seja salvo!!! sessao do discarrego tda terca 10 horas da noite vejo vcs e suas carteiras lah...

11:20 PM  

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