Reviver:sugestões para a mente

Um enfoque distinto para sua digestão e trabalho mental. Porque a vida pode ser mais rica dependendo de nosso foco.

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Médico de almas.

quarta-feira, outubro 19, 2005

Disputatio - um diálogo entre Pepino e Alcuíno de York



O diálogo, cuja tradução foi feita por Jean Lauand, professor da Faculdade de Educação da USP, é a Disputatio (discussão) entre o mestre Alcuíno e o segundo filho de Carlos Magno, o jovem Pepino. Quando Alcuíno em 781 - a pedido de Carlos Magno -, se encarrega da Escola Palatina, tem já cinqüenta anos de idade, enquanto Pepino, apenas cinco. Pelo próprio texto da Disputatio, pode-se supor que Alcuíno fosse oficialmente o preceptor de Pepino, o que teria ocorrido durante a primeira estada de Alcuíno junto a Carlos Magno (781-790). Trata-se, portanto, de um diálogo em que um garoto de doze ou treze anos, faz perguntas ao mestre ancião a respeito de tudo: do homem e do mundo; da vida e da morte. Nas respostas de Alcuíno, encontramos toda uma visão de mundo da época, "une sorte de digest d'une grandeur étonnante", mais preocupado com a verdade do que com a forma literária.

E, por isso, belo! Comovente! Um testemunho - datado de 1200 anos - da profunda identidade do homem de todos os tempos, pois no século VIII, como hoje e sempre: "a esperança é sonhar acordado ; a amizade, a igualdade das almas ; a fé, a certeza das coisas que não vemos; os olhos, os indicadores da alma e o homem..., uma candeia ao vento ". "E a terra continua sendo a mãe de todos (e a que a todos devora... ; o homem, um caminhante passageiro, sempre hóspede, onde quer que se encontre e a liberdade do homem, a sua inocência". Na formulação dessas verdades permanentes, esconde-se qualquer coisa de encantador, talvez pelo facto de serem dirigidas a uma criança, e há doze séculos; ou talvez pela concisão das respostas que vão directo ao essencial. Mas, obviamente, nem tudo é identidade e permanência. Igualmente maravilhoso é o contato com as diferenças, sobretudo com a imaginação que colore de magia o realismo medieval.

Jean Lauand, Faculdade de Educação da USP


P.: O que é a escrita?
A.: O guarda da história.


P.: O que é a palavra?
A.: A delatora dos segredos da alma.

P.: Quem gera a palavra?
A.: A língua.

P.: O que é a língua?
A.: O chicote do ar.

P.: O que é o ar?
A.: O guarda da vida.

P.: O que é a vida?
A.: A alegria dos ditosos, aflição dos miseráveis, espera da morte.

P.: O que é a morte?
A.: Um fato inevitável, uma incerta peregrinação, lágrimas dos vivos, confirmação dos testamentos, ladrão do homem

P.: Que é o homem?
A.: Servo da morte, caminhante passageiro, sempre um hóspede em qualquer lugar.


P.: A que é semelhante o homem?
A.: A um fruto


P.: Qual a condição humana?
A.: A de uma candeia ao vento.


...


Para ver mais clique na Fonte .

Post gentilmente cedido pelo adorável JG do Blog da Sabedoria .

3 Comments:

Blogger Danielle Ribeiro said...

Vou linká-lo no meu blog para, quem sabe, me curar pois como terráquia hei de admitir que me interessei por sua medicina ...beijos

3:12 PM  
Anonymous Anônimo said...

Só agora reparei na sua amável referência. Obrigado. Bom final de semana

1:01 AM  
Blogger Unknown said...

Fantástico o diálogo.De fato a idade média revelou a magia da vida com palavras simples os quais traduzem o ser enquanto ser. bjos Suzana de Cássia Bolson. Estudante de filosofia, Unioeste,PR.

6:06 PM  

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