Reviver:sugestões para a mente

Um enfoque distinto para sua digestão e trabalho mental. Porque a vida pode ser mais rica dependendo de nosso foco.

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Médico de almas.

terça-feira, dezembro 05, 2006

Sobre a guerra e seu subproduto - parte 2



"Quando se decidirá esse caldeirão a ir pelos ares? É verdade que alguns acabam de morrer,mas também quantos acabam de ser libertados!!...mas a custa de que? Todas as guerras são civis porque são feitas entre irmãos"


Um outro tipo de guerra, além daquela a que toda a tecnologia nos propõe, é aquela realizada internamente a sociedade,baseada na corrupção de valores,num conflito entre pobres,ricos,etnias, todos em busca da mesma questão: o poder.

O poder foi aquilo que Edmund Burke,escritor e político irlandês, chamou certo dia de "o mais perigoso dos abusos" e com razão. Falar sobre o poder é muito complicado,porque este está relacionado a vontade e vontade todos querem ter,porque é "bom" e "positivo para a vida",posto que é ação e toda a "ação" é para o futuro. Será?

As chagas do poder é mais visualizado em se tratando de países como a África por exemplo. Se analisarmos as imensas quantidades de vidas ceifadas, numa mistura entre o que o passado deixou como característica no presente, imerso na pobreza, corrupção,guerra e assaltos externos, podemos dizer que lá sim ouve uma grande diversidade de poderes em choques não mais que de culturais, resolvidas rapidamente por aquilo que sustenta o poder: a violência. Isso explicaria, por exemplo, o massacre em Ruanda em 1994,onde 70 % da população foi exterminada,assim como a posição neutra da ONU em apenas socorrer os belgas que no meio do confronto estivessem. A ONU diz: "Não vamos atuar em conflitos internos das políticas destes países",esquecendo que foram os próprios europeus na colonização que juntaram etnias rivais,assim como doutrinaram as suas elites a praticar a corrupção.

Junto aquelas pessoas,diversos universos foram ceifados,já que tios, tias, avós,parentes e até mesmo crianças foram mortos sem piedade, e com eles todo um passado de vivências, alegrias e companheirismo. Que ideal é este que sustenta o poder, levando a crer que ele é o mais absoluto, e que a partir dele todos se podem oprimir? Qual a diferença do homem que impõe uma rosa e daquele que impõe uma espada nas mãos capaz de tais atrocidades? Como é capaz que cada vez mais a Terra se povoe, para que mais pessoas tenham de morrer por causa deste tipo de poder? Onde num século,em que a globalização aproxima, as pessoas são afastadas também muito daquilo que antes a uniam,de tal forma que muitas vezes não há mais fronteiras que delimitem uma nacionalidade. Poderíamos pensar que este é um fato positivo,mas estaríamos redondamente enganados, pois parece que um estado crescente de anarquia do homem contemporâneo vem surgindo, na função única do Estado em ser feitor de guerras...e os direitos? E a sociedade? Não são necessárias já que hoje há robôs que façam por muitos?

É a era da insegurança,onde todos estão contra todos já que o medo abate. Desta forma o mundo continua a crescer em demasia e o poder a impor coersões, para fazer frente ao seu próprio poder, que sempre tende "a evolução"; assim retomo a questão inicial.: O poder seria para o futuro? O futuro é pensado apenas enquanto se vive o presente e os que nascem "que se cuidem", pois o confronto será maior que o de seu avós. E o homem vem se afastando,presas de si e destruidoras do mundo assim como de si mesmo,já que cada um é parte do todo e o todo parte de cada um.

Um homem tão complexado, naquilo que chamam de vida, certamente não compreende que a existência da morte, inevitável pelo tempo, representa muito mais o papel que cada um tem , num dever para com outros indivíduos, de suas complicações neuróticas, que no desespero podem justificar mesmo certos atos brutais, ou mesmo, um dos piores efeitos trazidos pela modernidade,pelo verme que carcome tudo aos poucos: a indiferença.

É necessário ao homem do século XXI fugir desta indiferença, na busca da diferença através da diferença, naquilo que lhe dê voz ao que é de mais simples, pois é da simplicidade que move o mundo, por incrível que pareça. E as palavras são as principais ferramentas que podem transformar visões e alterar percepções, num ser comunicável de trocas que nunca são materialistas, e por assim ser, nunca há perdas e ganhos. O que há é sempre uma troca daquele que fala e daquele que escuta,uma vez que cada homem é um universo e é na fala e na escuta mútua que os universos se entrelaçam...

" É preciso dar um sentido à vida dos homens,que assim como nós também compartilham desta terra"
Exupery

segunda-feira, dezembro 04, 2006

Retorno(s)



"Como as ondas em vai e vem ,há sempre um retorno após uma breve ida, que dificilmente sabemos quando se dá, e que quando se dá, recompõem e desaguam sobre o que chamamos de vida" .

É exatamente destes momentos de "desaguar" que falo a vocês, caros leitores, quando retorno a escrever novamente. É uma urgência que sinto e sendo já urgência é essencial.

"Ainda sou tosco,rude,sequer conheço a cortesia e a cortesia, você sabe, dá a medida de um homem..."
A paz ou a guerra in Exupery.