Reviver:sugestões para a mente

Um enfoque distinto para sua digestão e trabalho mental. Porque a vida pode ser mais rica dependendo de nosso foco.

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Médico de almas.

terça-feira, novembro 29, 2005

Cultura brasileira - música de cunho social (2)



Deixa eu fala, pra ocê,
Tudo, tudo, tudo vai, tudo é fase irmão,
Logo mais vamos arrebentar no mundão,
De cordão de elite, 18 quilate,
Põe no pulso, logo brait,

Que tal, tá bom,

De lupa, mochilon, bombeta branca e vinho,
Champanhe para o ar, que é pra abri nosso caminhos,
Pobre é o Diabo, eu odeio a ostentação,
Pode rir, ri, mas não desacredita não,

É só questão de tempo, o fim do sofrimento,
Um brinde pros guerreiro, Zé povinho eu lamento,
Vermes que só faz peso na Terra,
Tira o zóio,
Tira o zóio, vê se me erra,

Eu durmo pronto pra guerra,
E eu não era assim, eu tenho ódio,
E sei que é mau pra mim,
Fazer o que se é assim,
VIDA LOKA, CABULOSA,
O cheiro é de Pólvora,
E eu prefiro rosas,

E eu que...E eu que...

Sempre quis um lugar,
Gramado e limpo, assim verde como o mar,
Cercas brancas, uma seringueira com balança,
Disbicando pipa cercado de criança...

How...How Brow
Acorda sangue bom,
Aqui é Capão Redondo, tru,
Não Pokemon,
Zona Sul é ao invés, é Stress concentrado,
Um coração ferido, por metro quadrado...

Quanto mais tempo eu vou resistir, pior
Que eu já vi meu lado bom na U.T.I,
Meu anjo do perdão foi bom,
Mas tá fraco,
Culpa dos imundos do espirito opaco,

Eu queria ter, pra testá e vê,
Um malote, de Glória, Fama,
Embrulhado em pacote,
Se é isso que seis qué,
Vem pegá,
Jogar num rio de merda e veio vários pulá,

Dinheiro é Foda,
Na mão de favelado, é mó guela,
Na crise, vários pedra 90, esfarela,

Eu vou jogá pra ganhá,
O meu money, vai e vem,
Porém quem tem, tem
Não cresço o zóio em ninguém,
O que tiver que ser,
Será meu,
Tá escrito nas estrela,
vai reclama com Deus,

Imagina nóis de Audi,
Ou de Citroen,
Indo aqui, indo ali,
Só Pam,
De vai e vem,
No Capão, no Apura, vo acolá,
Na Pedreira do São Bento,
No Fundão, no Pião,
Sexta-Feira,

De teto Solar,
O luar representa,
Ouvindo Cassiano, Ah!
Os gambé não guenta,
É mais se não dé,

Nego,
O que é que tem,
O importante é nóis aqui,
Junto no que vem,

E o caminho da felicidade ainda existi,
É uma trilha estreita,
É em meia a selva triste,

Quanto se paga,
Pra vê sua mãe agora,
E nunca mais vê seu Pivete?

Embora,
Dá a casa, dá o carro,
Uma Glok, e uma Fhal,
Sobe cego e desce de joelho,
Mil e cem degrau,

Quente é Mil Grau,
O que o guerreiro diz,
O promotor é só um homem,
Deus é o juiz,

Enquanto Zé Povinho,
Apedrejava a Cruz,
Um canalha fardado,
Cuspia em Jesus,

Óh ...

Aos 45 do segundo arrependido,
Salvo e perdoado,
É DIMAS o bandido,

É loko o bagulho,
Arrepia na hora,
Ó

DIMAS primeiro VIDA LOKA da História,

Eu digo, Glória...Glória... Sei que Deus tá aqui,
E só quem é,
Só quem é vai sentir,

E meus guerreiro de fé, Quero ouvi....Quero ouvi...
E meus guerreiro de fé, Quero ouvi....Quero ouvi... irmão...

Programado pra morre nóis é,
É certo...é certo...é crer no que der...

Firmeza

Não é questão de luxo,
Não é questão de cor,
É questão que fartura,
Alegra o sofredor,

Não é questão de presa,
Nem cor,
A idéia é essa,

Miséria traz tristeza, e vice-versa,
Inconcientemente,
Vem na minha mente inteira,

Uma loja de tênis,
O olhar do parceiro,
Feliz de poder comprar,
O azul, o vermelho, o balcão, o esteiro, o estoque, a modelo,

Não importa,
Dinheiro é puta,
E abre as porta,
Do castelo de areia que quizer,

Preto e dinheiro são palavras rivais,
É,
Então mostra pra esses cú, como é que faz!!

O seu enterro foi dramático,
Como o blues antigo,
Mais de estilo,
Me perdoe de bandido,

Tempo pra pensar,
Que para,
Que se qué,
Viver pouco como um Rei,
Ou então muito, como um Zé,

As vezes eu acho,
Que todo preto como eu,
Só quer um terreno no mato,
Só seu,
Sem luxo, descalço, nadar num riacho,
Sem fome, pegando as fruta no cacho,

Aê truta, é o que eu acho,
Quero também,
Mas em São Paulo, Deus é uma nota de 100,
VIDALOKA.

Fonte

domingo, novembro 20, 2005

A dor e seus significados




"A dor é o pai, e o amor é a mãe da sabedoria"
Ludwig Borne (1786-1837)

Uma grande contradição. Com inúmeras zonas de interpretação,a dor não deixa de ser algo a que todos os seres vivos passam, no desenrrolar que a vida possa ter, mas ao qual apenas o ser humano,este dotado de suas percepções e de sua cultura,pode devidamente analisar ou diferenciar os efeitos ao qual possa esta proporcionar.

"O homem é um aprendiz, a dor é a sua mestra. E ninguém se conhece enquanto não sofreu",disse certa vez Alfred de Musset (1810 - 1857). E fica evidente quando vemos na obra de Voltaire chamada Zadig ou o Destino,o Eremita que destrói a casa de um homem "simples",a única coisa que possuia materialmente, onde depois justifica dizendo que foi necessário a destruição dela para que o homem achasse abaixo dela, enterrado, um tesouro valioso. Isso demonstra que muitas vezes uma dor sentida pode representar um prazer em dimensão maior futuramente,algo que recompense em dobro a situação presente....mas quem poderia expor-se ao teste, sem conhecer o Destino? Existe dor sem "recompensa"? Sim. E arriscar seria muito perigoso...

William Maugham (1874-1965) certa vez disse: "Não é verdade que o sofrimento enobreça o espírito; por vezes a felicidade fá-lo, e o sofrimento a maior parte das vezes torna os homens mesquinhos e vingativos".Se analisarmos bem,talvez tenha lá sua razão. O sofrimento pode trazer árduas reflexões,grande revelações,mas também (dependendendo de cada pessoa),pode ser geradora de uma crença de que "se o mundo é feito de dor" haverá duas opções: esvair-se ao suicídio ou se deter-se como parte desse mal,enrijecendo o coração.

E "se só a dor nos pode educar, pergunto porque é, filosoficamente, proibido encarniçarmo-nos contra o próximo, educando-o do melhor modo?",perguntou certo dia Cesare Pavese.Eis uma outra questão de difícil explicação,num mundo onde o amor se mistura ao significado daquilo que é puro ou intocável.Quem ama demais geralmente não quer nenhuma dificuldade ao ser amado.Mais um problema para o homem se entender a longo prazo,no seu imediatismo.

Após todas estas formas,retiradas de alguns autores, de fato se analisarmos a dor de um ângulo externo,pode-nos escapar muito a situação, pois não somos nós que estamos a sentir. Ela é feita,como havia dito desde o início,de uma forma individual com diferentes significados,mas Voltaire já disse: "o ser possuidor de felicidade(prazer) obrigatoriamente necessita de seu extremo oposto",ou seja, da própria dor, numa visão aparentemente paradoxa,onde "uma não existe sem a outra",numa sutil forma de equilíbrio.

Que dizer da essência então? E um vazio sucumbe na mais absoluta falta de resposta...

Finalizando:

"Se toda a dor fosse ruim e só existisse o prazer.Iríamos dizer alguma vez:'esta vida está me entendiando'. "
Autor desconhecido.

"O auto-conhecimento é aquilo ao qual homem tem como chama da experiência, e assim ele constrói e desconstrói movendo a toda a sua biografia."
Autor desconhecido.

"Eu acho que o verdadeiro ciclo da vida está de trás pra frete. "
Charles Chaplin

quinta-feira, novembro 10, 2005

Declínio do Império Americano - Uma questão de valores

"Os sinais do declínio do Império estão por toda a parte: a população que despreza suas próprias instituições, o baixo índice de natalidade, a recusa dos homens ao serviço militar, a dívida nacional tornou-se incontrolável, a diminuição constante das horas de trabalho, a invasão do funcionalismo, a degeneração das elites. Com a destruição do sonho marxista-leninista, não se pode mais citar um modelo de sociedade do qual dizer:é assim que gostaríamos de viver.Assim como no plano privado,a menos que seja um místico ou um santo, é impossível moldar a vida em cima de um exemplo em nossa volta.Vivemos um processo geral de dissolução de toda a existência."
Do filme:O declínio do Império Americano



Após iniciar a ver este fabuloso filme,acreditava encontrar críticas contundentes,conforme muitos cineastras já vêm desenvolvendo em filmes "que fazem pensar",mostrando guerras,violências,evidenciando aspectos que chocassem o telespectador(apenas leia sutilmente o nome deste filme e pense no que poderíamos deduzir de imediato). Contudo, foi surpreendente ver a apresentação de um tema deste "quilate" ,estando envolto numa camada aparentemente simples do cotidiano,na base mesmo do estrutural, retratando a beleza,conquista,felicidade imediata,etc, para daí extrair os absurdos conceituais,talvez piores que os factuais...

É esta crítica, não da nação propriamente,mas ao modelo estruturalizante americano e imperializado na globalização e para o ocidental, o enfoque aqui tratado.

Ao longo do filme, a presença de seus personagens e o dilema gerado em torno de ralacionamentos(apenas) e por intelectuais(e isto foi um grande choque para aqueles que diferenciam preconceituosamente "os úteis" dos "não úteis"). Pergunto: como seria possível pensar tamanha mediocridade no pensamento de intelectuais desta forma? Pessoas sisudas que inclusive têm conhecimento específico ou elaborado do assunto e nem por isso renuncia à sua completa busca pela felicidade individual,algo tipicamente Ocidental;de pessoas com seus problemas particulares,pessoas que "vivem muito mais em seu mundo do que no mundo". Sei que possuem o germe da normalidade(e aqui está o grande mal que a civilização americana e também o capitalismo nos trouxe,claramente demonstrada ao longo do filme), em achar que é "inevitável" o declínio deles, e que portanto basta ser egoísta para esquecer,deixando o problema para os seus sucessores,numa forma de vício. O declínio não está no que eles dizem ser,mas na cumplicidade dos mesmos. Talvez não há mal pior na face da Terra que este,uma vez que ninguém quer sacrificar-se para remodelar um sistema(e para isso há de ter uma compreensão de todos, é claro).

O critério individual com as tecnologias em evolução,vêm segregando o ambiente coletivo,isentando muitas pessoas da necessidade do convívio e da relação proveitosa que um contato humano(leia-se:isento de interesses, de trocas) pode ter entre si (a linha conectiva vem se tornando cada vez mais a do capital cambiante). Estaríamos partindo para a anarquia? Haverá tempo para alguma História da(ou de) Civilização?

Deixo em aberto este tema tão amplo e de proporções magnânimas para as conclusões do leitor,finalizando a minha parte no pedregoso mastigar:

"Rivarol dizia: 'Não ter feito nada é certamente uma grande vantagem, mas não se
deve abusar'. Os jovens abusam: a tal ponto que, quando ficarem velhos, verão
que não fizeram nada. E não apenas individualmente. " - Leonardo Sciascia

"A felicidade individual cresce no campo literário,ao mesmo tempo que diminui a
glória de uma nação,de uma civilização. Felicidade individual são as
imediatas,cuja medida constitui o parâmetro normativo do vivido." - Do filme:O
Declínio do Império Americano